Associação de Mulhere e Mães de Autistas do Maranhão se Reúne em Bacabal

Mães atípicas se sentem valorizadas pela entidade

Pedreiras, Lima Campos e Trizidela do Vale são premiados com Selo de Referência em Atendimento pelo Sebrae

A Sala de Pedreiras ganhou Selo Ouro

Programa Saúde Ocular Beneficia Cerca de 200 Crianças em Bacabal

Programa é uma parceria entre as secretarias de Educação e Saúde

Sessão Solene na Câmara Municipal de Bacabal Celebra o Dia Internacional da Mulher

Vereadoras Nathália Duda e Regilda Santos conduzem Sessão Solene

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

CRÔNICO DO DIA: João Mohana: O Centenário de um Mestre das Letras e do Espírito

 

Caso o Padre João Mohana estivesse entre nós, completaria, neste 2025, cem anos. Cem anos de uma história que pulsa entre as margens do Rio Mearim e os salões da intelectualidade católica mundial. Nascido em Bacabal, em 15 de junho de 1925, ele carregou o Maranhão em sua essência, mas transcendeu fronteiras com uma obra de caráter universal. Médico,  padre, romancista, conferencista, membro da Academia Maranhense de Letras e patrono da Cadeira Nº 1 da Academia Bacabalense de Letras — ele foi múltiplo e, ainda assim, profundamente íntegro em sua vocação maior: iluminar vidas por meio das palavras.

Filho de Miguel e Anice Mohana, imigrantes libaneses que fincaram raízes no solo maranhense, João trouxe consigo o peso e a riqueza de um duplo pertencimento. Talvez você esteja aí o segredo de sua visão ampla e compassiva do mundo: era maranhense de coração e espírito, mas trazia no sangue ares de outras terras. 

A trajetória de Mohana fez com que fosse chamado de médico das almas, seus mais de 40 livros são testemunhos dessa jornada. Em obras como Não Basta Amar para Ser Feliz no Casamento e A Vida Sexual dos Solteiros e Casados , Mohana equilibrava uma abordagem espiritual da vida e em obras como Maria da Tempestade e O Outro Caminho , revelava-se mestre da literatura.

Para além do escritor, havia o pesquisador incansável. João Mohana dedicou-se a preservar a música maranhense, reunindo um valioso acervo de partituras que resgataram a memória cultural de sua terra natal. Esse trabalho, menos conhecido do grande público, é uma prova de sua paixão pelo Maranhão e de sua preocupação em perpetuar o legado cultural de sua gente.

O centenário de João Mohana é uma oportunidade para revisitarmos não apenas sua obra, mas também seus valores. Em tempos de individualismo exacerbado e de crises culturais e espirituais, sua mensagem de integração entre fé, cultura e ciência ressoa em nossas mentes;

Ao celebrarmos seu legado, descobrimos a atualidade de Mohana, percebemos que Mohana não foi apenas um homem de seu tempo, mas um homem de todos os tempos. Suas palavras, traduzidas para o espanhol, italiano e alemão, continuam ecoando, levando um pouco do Maranhão para além do Atlântico.

João Mohana não está mais fisicamente entre nós desde 12 de agosto de 1995. Mas, como todo grande escritor, ele permanece vivo em cada página que escreveu, em cada alma que tocou e em cada nota das partituras que resgatou. Cem anos depois de seu nascimento, a sua voz ainda nos guia, mostrando que há, sempre, outro caminho a ser trilhado a partir de Bacabal para o mundo.

Por  José Casanova
Professor, Jornalista e Escritor
Membro da Academia Bacabalense de Letras
Academia Mundial de Letras da Humanidade
Tutor da Academia Maranhense de Letras Infantojuvenil

Trabalho da Secretaria de Cultura de Bacabal é Destaque sob a Liderança do Maestro Victor Emanuel

 

Durante a gestão do Maestro Victor Emanuel, a Secretaria de Cultura de Bacabal realizou uma série de ações marcantes que reforçaram o papel da cultura como motor de desenvolvimento social e fortalecimento da identidade local. Iniciativas que envolveram diferentes segmentos artísticos e culturais transformaram Bacabal em um palco vibrante de atividades que engajaram a comunidade e valorizaram as tradições da cidade, durante esse curto período  Maestro Victor teve como adjunta a decoradora Jennifer Reis e contou  com assessoria do produtor cultural José Casanova.

Entre os principais marcos dessa gestão, destaca-se o Fórum Municipal de Cultura, evento essencial para promover o diálogo entre artistas, produtores e a sociedade civil. Durante o Fórum, foi realizada a eleição dos novos conselheiros da cultura, representando a sociedade civil e assegurando maior representatividade nos processos de decisão cultural.

Outro avanço significativo foi a emissão da Carteira Nacional de Artesãos, realizada pelo governo do estado ,uma conquista que garantiu a valorização e o reconhecimento formal dos artesãos locais, ampliando as oportunidades de trabalho e visibilidade para seus produtos.

Festividades Populares e Valorização da Tradição

Com uma abordagem inovadora e inclusiva, a gestão de Victor Emanuel promoveu o São João Itinerante, que percorreu bairros como Trizidela, Madre Rosa, Vila São João, Povoado Brejinho e Terra do Sol. Essa iniciativa levou a alegria das festas juninas para diversos cantos da cidade, democratizando o acesso à cultura e celebrando a rica tradição nordestina.

Além disso, o São João na Terra da Bacaba consolidou-se como um dos maiores eventos culturais do município, atraindo público local e visitantes, impulsionando a economia criativa e fortalecendo o turismo cultural.

Espaços para o Artesanato e a Literatura

A gestão também deu atenção especial ao artesanato, promovendo feiras em locais estratégicos como a Praça da Família, Cohab 2 e o Centro Cultural. Esses eventos proporcionaram uma vitrine para os artesãos locais e fomentaram o empreendedorismo cultural.

No campo literário, o apoio à Literatura Bacabalense mereceu destaque, com parcerias que viabilizaram eventos literários e estimularam a leitura e a produção literária na cidade.

Apoio às Artes e Celebrações Culturais

Com a aplicação da Lei Aldir Blanc, a Secretaria de Cultura conseguiu oferecer suporte financeiro a artistas e trabalhadores do setor cultural durante um período desafiador, reafirmando o compromisso com a classe artística.

Eventos como o Natal da Gente, realizado na Praça de Santa Terezinha, trouxeram o encanto das festas de fim de ano, unindo a comunidade em momentos de celebração e reflexão. Atividades culturais integradas com outras secretarias também mostraram a capacidade de articulação e inovação da equipe liderada por Victor Emanuel.

Transição e Expectativa

Até o fechamento desta matéria, o nome do novo Secretário de Cultura ainda não havia sido anunciado pela nova gestão. Enquanto isso, a comunidade cultural de Bacabal celebra os avanços realizados sob a liderança de Victor Emanuel, reconhecendo o impacto positivo de sua gestão na valorização e promoção da cultura local.


Com uma herança de ações concretas e significativas, o próximo gestor terá a responsabilidade de dar continuidade a esse trabalho, ampliando ainda mais o alcance das políticas culturais em Bacabal.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

crônica do dia: A Virada dos Desejos e das Dúvidas

Estou no Centro Cultural, mas precisamente no Luizão, O relógio  do centenário pisca 23h59s, e o mundo parece segurar o fôlego. Há algo mágico e trágico na contagem regressiva que nos lança do “agora” para o “daqui a pouco”. Taças são erguidas, promessas sussurradas entre o estouro de fogos, e um coro de "Feliz Ano Novo" preenche os minutos iniciais do recomeço. Mas, para além do brilho artificial no céu, o réveillon é um caleidoscópio de sentimentos – esperança, dúvida, alívio e aquela pontada incômoda de incerteza.

Os falsos amigos, sempre eles, reaparecem em mensagens no WhatsApp que você não pediu, mas recebe como se fossem plantadas por um algoritmo sarcástico. “Que seu ano seja incrível!”, escreve aquele que, meses atrás, esqueceu seu nome ou virou o rosto na rua. Há algo quase teatral nesses desejos automáticos, como se a virada de ano fosse um passe livre para a hipocrisia cordial.

E tem os amores mal resolvidos. Ah, esses são especialistas em ressurgir nessa época. Uma foto nas redes sociais, um áudio na madrugada ou um olhar perdido durante a festa, e lá está você, se perguntando se o passado merece mais uma chance. Mas é Réveillon, e o coração, vulnerável como está, às vezes confunde nostalgia com destino.

A esperança de dias melhores é a convidada de honra. Chega vestida de branco, traz uma lista interminável de “vai ser diferente” e se senta ao lado da paciência. Queremos saúde, paz, e, se possível, um emprego novo. Para muitos, o trabalho é uma constante – a rotina que se repete, o salário que mal cobre os sonhos. Para outros, há a expectativa de algo novo, de um propósito que finalmente se alinhe com o que a alma pede.

Mas a verdade é que, para muitos, o ano novo não vem com mudanças drásticas. O continuísmo reina. Os problemas não sabem ler calendário, e os boletos, mais pontuais que nossos próprios desejos, chegam sem cerimônia. O primeiro dia do ano é apenas o próximo capítulo de uma história que já está em andamento, ainda sem plot twist aparente.

E, no entanto, celebramos. Porque o Réveillon é uma das poucas noites em que o coletivo acredita. Acredita que algo pode mudar, mesmo que não mudemos nada. Entre os abraços verdadeiros e os sorrisos ensaiados, há um instante em que tudo parece possível – aquele momento exato em que os fogos explodem e o céu reflete o que desejamos ser: brilhos intensos, mesmo que por poucos segundos.

Então brindemos, não pela perfeição de um novo ano, mas pela coragem de continuar. Porque, no fundo, a virada do ano é isso: um salto de fé no desconhecido, com a bagagem do que fomos e a leveza do que esperamos ser. E que venham os falsos amigos, os amores mal resolvidos, os sonhos grandes e os pequenos passos. O tempo é uma invenção humana, mas a esperança – essa, meu caro – é tão antiga quanto o próprio mundo.

Por José Casanova

Professor, Jornalista e Escritor

Membro da Academia Bacabalense de Letras

Academia Mundial de Letras da Humanidade

Tutor da Academia Maranhense de Letras Infantojuvenil