Faleceu na madrugada deste sábado, o poeta maranhense Nauro Machado em decorrência de complicações no intestino. O escritor estava internado desde a terça-feira desta semana e não resistiu a intervenção médica, vindo a falecer dias depois.
A Academia Bacabalense de Letras externa os mais sinceros sentimentos sobre o ocorrido, Nauro Machado foi inspirador de obras de autores bacabalense e chegou a prefaciar algumas obras de escritores da academia.
De acordo com Fred Machado, filho do escritor, Nauro já estava com o intestino comprometido devido a uma necrose. O poeta ainda chegou a ser levado para o hospital e tomado soro durante três dias a fim de ser submetido a um exame de colonoscopia. Após o procedimento médico ele teria passado mal com fortes enjoos, o que resultou numa imediata internação na unidade de tratamento intensivo (UTI) do Hospital UDI, em São Luís.
Nauro Machado não resistiu e faleceu entre as 4h30 e 5h da manhã deste sábado. O velório será realizado até o domingo pela manhã na Academia Maranhense de Letras, de onde deve seguir para sepultamento às 10h, no Cemitério do Gavião, no bairro Madre Deus. A cerimônia será pública, dando a oportunidade para fãs e admiradores prestarem suas últimas homenagens.
Nauro Machado tinha 80 anos e apesar da idade avançada, continuava produzindo literatura de qualidade, sendo considerado uma das mentes mais lúcidas e brilhantes da contemporaneidade, Nauro chegou a vir a Bacabal algumas vezes realizar palestra sobre sua obra e ser homenageado por estudantes de UEMA.
Um pouco sobre o poeta
Poeta autodidata e versado em filosofia, Nauro Machado era contemporâneo de grandes nomes da literatura maranhense que ganharam reconhecimento nacional, tais como Ferreira Gullar, Lago Burnett, José Chagas e Bandeira Tribuzi. Suas obras eram caracterizadas por propor profunda reflexão quanto a condição e até da existência humana, muitas vezes expressando angústia com intensa violência.
Quanto as publicações, sua mais recente obra, intitulada por O baldio som de Deus, foi por ele mesmo tachada, ironicamente, como sendo sua última contribuição poética. O livro que tem ao todo 240 poemas ilustrados com desenhos de João Sanchés, foi lançado na casa onde ele morou por 30 anos em setembro de 2015. Na obra, são abordados temas que vão desde a morte, solidão e a sua relação com o divino.
Nauro ainda chegou a ser comparado ao escritor português Fernando Pessoa. Coincidentemente, no ano em que ele faleceu, Machado ganhava a vida. E no mês em que Pessoa morreu, o maranhense também veio a descansar. Fernando Pessoa também tinha como principal característica, além do espírito nacionalista, violenta angústia existencial em poesias que ganhavam forma e personalidade a cada alter ego utilizado.
Artista e escritores de Bacabal sente um grande vazio neste momento de grande perda para a cultura brasileira.
FONTE: Adaptação do Diário do mearim com informações de Marcos Atahualpa Cartágenes DO JORNAL O IMPARCIAL
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