segunda-feira, 28 de junho de 2010

O Espiritismo no Brasil‏

Estudar, pesquisar e refletir é a melhor maneira de se compreender os fatos. O bate papo que tivemos com o historiador Eduardo Carvalho Monteiro quando fomos conhecer o seu acervo pessoal de mais de vinte e cinco mil livros que será transferido para o Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo, possibilitou uma grande reflexão a respeito das histórias que a história guarda. Eduardo Carvalho salientou durante a entrevista, que os espíritas, nesses 150 anos de introdução do Espiritismo no país, participaram ativamente do movimento social do Brasil construindo uma cultura própria e participando da formação cultural de nossa sociedade, mas que a geração atual nunca refletiu sobre isso. Em outras palavras, gerando uma cultura, o movimento espírita tem deixado sua marca em aspectos sociais, culturais e conjunturais do país.
No século XIX, a cultura do país estava concentrada na Corte e recebeu grande influência francesa, isso porque os filhos dos nobres costumavam estudar na França. Dentre as novas idéias que trouxeram da Europa, estava o espiritismo, codificado por Allan Kardec, um típico intelectual francês. Encontrou na terra colonizada pelos portugueses um campo fértil para seu desenvolvimento, devido a grande miscigenação entre o catolicismo e o mediunismo existente entre os negros. O ideário espírita, assim como de outras correntes filosóficas desse século, desejava e lutava pela liberdade de pensamento e outras teses sociais, o que provocou grande repressão do poder dominante, a monarquia absolutista e sua parceira, a Igreja. Reconhecer-se seguidor do espiritismo nessa época era extremamente perigoso.
Os registros históricos mostram que no ano de 1844 o Marquês de Marica editou um livro no qual estão os primeiros ensinamentos de fundo espírita divulgados no Brasil. A obra é anterior aos estudos de Allan Kardec sobre as mesas girantes. Essa notícia foi publicada na Revista “O Reformador“ de 1944, na página 207.

Alguns anos depois, em 1853, o jornal O Ceará noticiou pela primeira vez, em Fortaleza, com o Barão de Vasconcellos Smith, o fenômeno das mesas girantes e, posteriormente, as experiências realizadas em Pernambuco, Ceará e outros Estados brasileiros. Na época, o assunto atraía muito a curiosidade dos salões de intelectuais da França.
Em 1865, Luis Olímpio Teles de Menezes fundou em Salvador, na Bahia, o primeiro grupo autenticamente espírita do país, que recebeu o nome de Grupo Familiar do Espiritismo. Foi nesse mesmo grupo que surgiu o primeiro periódico do Brasil, O Echo d´Além Tumulo.
Desde então, foram surgindo muitos outros periódicos de propaganda espírita, como o jornal União e Crença, publicado em 1881 pelo Grupo Espírita Fraternidade Areense, na pequena cidade de Areias, em São Paulo.
O espiritismo introduzido e divulgado no Brasil de 1865 até o período da 1a Guerra Mundial (1914-1918) tinha feições européias, mas ganhou peculiaridades próprias, sem descaracterizar a verdadeira obra da Codificação.
Com o término da 1a Guerra Mundial, o espiritismo recebeu grande impulso por oferecer um bálsamo consolador em uma época que a humanidade estava passando por grandes dificuldades e descrença de valores. Aliás, a evolução do espiritismo atravessou diversos períodos de conflitos na história mundial...
Leia o artigo completo no site da Revista Cristã de Espiritismo.
www.rcespiritismo.com.br

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