sexta-feira, 26 de abril de 2013

BACABAL: 93 ANOS NOS BRAÇOS DE ARTISTAS



Por Zezinho Casanova
Há dias venho adiando o que estou a fazer agora, uma crônica sobre o tão esperado aniversário de Bacabal. Não sei o que escrever, as palavras parecem fugir do papel qual poeta  modernista das rimas e regras parnasianas. Meu sentimento pela cidade é de ternura. Estou a olhar nas águas pardas do Mearim um imenso mururu que passa bailando como se levasse consigo todas as nossas frustrações.
No entanto eu não estou tão frustrado assim, sinto desapontar aqueles que esperam um texto carregado de questionamentos, tão comuns  à minha personalidade. Está na hora de apagar a vela da indisposição e acender a luz do bom senso. Do ponto de vista da qualidade artística das atrações culturais, Bacabal viveu sua melhor festa de aniversário, a começar pela memorável espetáculo de teatro de bonecos apresentado na praça do bolo encantando adultos e crianças,  foi estendido o “Tapete Vermelho” para receber ;o povo o cinema em praça pública, numa cidade que não tem nenhuma sala de cinema, nem mesmo privada, mas já produz vários filmes que  poderão revelar novos cineastas para o país.
A inesquecível apresentação da Orquestra Filarmônica estrela da Serra deixou bestificados a plateia que atônita presenciava jovens músicos cearenses se superarem com seus talentos, excelente  repertório e iluminação, performance criativa, é claro que se esperava da orquestra pelo menos a execução de uma clássico, mas isso  não tira o brilho da festa, mas fica a dica.O grande problema foi a senha, desagradável ser barrado pela falta de um papel, mas pro uma questão de segurança o teatro só cabia 500 pessoas. Entendi, mas não compreendi.
Ter a história de Bacabal contada de maneira diferente através do espetáculo “Bacabal nos braços de artistas”  foi algo impar na história do município, não foi um texto frio, mas um texto quente em denuncia principalmente pela falta de politicas públicas de cultura para cidade, ver no palco o coronel fundador da cidade, o jogo da capoeira, a sensualidade de nosso  reggae, a poesia dos nossos imortais, a irreverencia do hip-hop,  a graça de Pai Francisco e Catirina nos faz acreditar que um novo Bacabal é possível.
Mas a festa também teve seus problemas, foi triste ver católicos e evangélicos cobrando do poder publico atrações ligadas a suas religiões, atrações essas ligadas à cultura de  massa que não precisam do dinheiro publico para se manterem, assim como as amadas e odiadas bandas de forró de plástico,  com caches de valores nem  sempre justos para nosso povo, se estão na programação os gestores são criticados, se não estão os gestores são crucificados e lá se vai o dinheiro da cultura descendo pelo ralo. Caso no próximo aniversário a religião seja critério poderoso para contratar atrações, sugiro que contratem um atração espírita, indico Nando Cordel, o embaixador da CULTURA DE PAZ,  ai sim a democracia ecumênica estará respeitada.
É comum ouvir dizer que a propaganda é a alma do negócio, mas parece que em Bacabal isso não está claro para que fez a divulgação da mais importante festa publica do ano. Havia funcionários da própria prefeitura que desconheciam a qualidade da programação e suas atrações, o criterio das senhas foi ótimo para os organizadores, mas serviu de pretexto para critica dos insatisfeitos. Convite impresso eu não recebi, e nem precisava dessa formalidade, mas importante do que um pedaço de papel  foi minha  participação como voluntário, da Academia Bacabalense de Letras e de tantos outros grupos que  participaram da festa.
Olhem! Está passando  outro mururu... espero que os gestores  não esqueçam de transformar tudo isso em politicas publicas de cultura para nosso povo,que não seja apenas beleza como a passagem do mururu, ficarei  aqui esperando o próximo ato, curtindo as águas pardas do Mearim e olhando  de perto  minha filha Dandara a brincar na areia...

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