Em uma celebração repleta de simbolismo, o Grupo Negro Palmares Renascendo (GNPR) realizou na última sexta-feira(24), uma Missa Afro na Igreja Católica do bairro Alto da Assunção. O evento, em ação de graças pelos 40 anos do movimento, reuniu militantes históricos, convidados como a UNEGRO (União de Negras e Negros pela Igualdade) – Núcleo Bacabal, e representantes de comunidades Quilombolas e de terreiros da região. A celebração foi marcada por elementos da cultura afro-brasileira e pela reafirmação da luta antirracista.
A igreja foi transformada em um cenário de respeito e valorização à ancestralidade africana, com uma ornamentação rica em cores, símbolos e elementos que remetem às tradições do continente africano. Durante a celebração, foram ofertados itens representativos das religiões de matriz africana e da cultura negra brasileira, como frutas, objetos rituais e danças que ecoavam a resistência e a espiritualidade do povo negro.
Entre os participantes, destacaram-se nomes históricos do GNPR, como a professora Francisca Rodrigues, Manoel Rodrigues, Eliane Lima, Martiliana, Maria da Paz e outros que participaram ativamente da organização e condução da celebração. Também foram homenageadas as irmãs Zenaide e Maria José, fundadoras e figuras centrais do movimento, reconhecidas por suas décadas de dedicação à luta contra o racismo e à promoção da igualdade.
A celebração contou com a presença vibrante de comunidades de terreiros, que trouxeram sua espiritualidade para o altar, enriquecendo o momento com cânticos e rituais. A participação desses representantes reforçou o diálogo inter-religioso e destacou a importância das religiões de matriz africana na construção da identidade cultural e espiritual da população negra no Brasil.
Ao final da missa, os participantes se reuniram em uma confraternização que simbolizou a união do movimento na luta por uma sociedade mais justa e igualitária. "Hoje celebramos não apenas a história do Grupo Negro Palmares Renascendo, mas também a resistência e a força do povo negro em Bacabal e em todo o Brasil", afirmou Francisca Rodrigues, emocionada com o evento.
Para os militantes, o evento foi mais do que uma celebração – foi um chamado à continuidade da luta antirracista. A união de diferentes movimentos sociais e religiosos em torno de um objetivo comum reforça o compromisso coletivo em transformar a sociedade. "Nossos ancestrais abriram os caminhos, e agora é nossa vez de mantê-los vivos e lutar por um mundo mais inclusivo e igualitário", concluiu Manoel Rodrigues.
O GNPR segue firme em sua missão de valorizar a história e a cultura afro-brasileira, promovendo ações que combatam o racismo estrutural e fortaleçam a identidade do povo negro. A celebração dos 40 anos do movimento não apenas revisitou suas raízes, mas reafirmou seu compromisso com o futuro.
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