O governo de Cuba comemora os discursos feitos na
semana passada durante a 67ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).
Os discursos foram iniciados pela presidenta Dilma Rousseff e seguidos
por vários líderes latino-americanos, como Cristina Kirchner (Argentina)
e Evo Morales (Bolívia), cobrando o fim do embargo econômico,
financeiro e comercial aos cubanos imposto pelos Estados Unidos. O
embargo completou em 2012 meio século de vigência.
O
embaixador de Cuba no Brasil, Carlos Zamora, disse à Agência Brasil que
os discursos de Dilma e dos demais presidentes da República refletem o
inconformismo internacional ao que os cubanos chamam de “bloqueio
econômico”, imposto em 1962, que limita as negociações e impede a
economia do país de avançar.
“Esperamos
uma reação dos Estados Unidos a tudo isso”, disse o embaixador. “É uma
situação que não pode durar mais”, acrescentou, lembrando que a ONU
aprovou 20 resoluções condenando o embargo e recomendando o governo
norte-americano a encerrar o bloqueio.
O
embargo econômico, comercial e financeiro a Cuba cerceia o crescimento
interno e coloca a população em situação delicada. Com restrições às
negociações externas, o país sofre com o racionamento de energia, de
combustíveis, de alimentos e produtos básicos, como os de higiene e
vestuário. A população faz adaptações constantes às circunstâncias,
assim como o governo.
Na
tentativa de escapar à pressão exercida pelos efeitos do embargo, o
governo de Raúl Castro abriu a economia cubana, estimulando a demissão
de mais de 178 mil funcionários públicos, autorizando a compra de
veículos utilizados como táxis e de atividades autônomas, como a
abertura de lojas e mercados, assim como profissões diversas, entre elas
as de cabelereiros e barbeiros.
Não
há dados oficiais sobre o percentual de desemprego, mas em Cuba as
pessoas se queixam da falta de oportunidades. Muitos cubanos se oferecem
aos turistas como guias informais e assumem tarefas bem diferentes das
quais se formaram. Professores e médicos, por exemplo, se transformam em
taxistas e gerentes de hotéis de luxo.
fonte: Renata Giraldi/Agência Brasil
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