“A Comissão Pastoral da Terra (CPT) é uma entidade da Igreja Católica que defende a reforma agrária, à luta em favor dos despossuídos do campo, o combate à violência e à defesa da justiça no campo. Ela prestou e presta um dos mais relevantes serviços para a democracia brasileira”. Assim, o deputado Domingos Dutra (PT/MA) iniciou o discurso no plenário da Câmara na quinta-feira, dia 4.
Dutra disse que já ocorreram três tentativas de intimidação à CPT no Maranhão. “Invadiram a sede da CPT em São Luís, reviraram todos os documentos, subtraíram documentos, numa ação para intimidar os trabalhos da Comissão. Na cidade de Pinheiro a sede da CPT também foi invadida à noite; e recentemente, o advogado Diogo Cabral, colaborador da CPT, foi intimidados por fazendeiros na frente do fórum de Cantanhede”, informou o parlamentar.
O incidente aconteceu no dia 25/07, quando o advogado assistia a uma audiência relacionada à disputa de terras entre fazendeiros locais e a comunidade quilombola de Salgado, município de Pirapemas.
Segundo nota enviada por Cabral, o fazendeiro Edmilson Pontes de Araujo esbravejava na porta do fórum, afirmando que era um absurdo gente de fora trazer problema para o povoado e que era uma vergonha criar quilombo onde nunca teve nada disso (referindo-se a Cabral, ao padre Inaldo e ao agente da CPT, Marti Micha – alemão naturalizado brasileiro). “É por isso que a gente tem que passar o fogo de vez em quando, como fizeram com a irmã Doroty!”, ameaçou o fazendeiro, segundo nota de Diogo Cabral.
“Quero manifestar minha solidariedade à CPT nacional, à CPT do Maranhão, ao padre Inaldo, ao advogado Diogo Cabral e aos bispos do Maranhão, que se renovam. Há uma esperança muito grande no Maranhão com a Igreja Católica, com bispos novos, como os bispos de Brejo, de Coroatá, Viana, Balsas e de Imperatriz”, agradeceu o deputado ao destacar a importância das ações da igreja em um Estado “comandado por uma família oligárquica onde o latifúndio ainda é muito forte”.
Para concluir, Dutra desejou que a CPT continue firme e forte para avançar na causa da cidadania no campo, principalmente dos negros e dos quilombolas que são grandes desafios. “Se já é difícil para os pobres quando eles são negros, imaginem para os pobres que são negros e ainda quilombolas! As dificuldades são muito maiores”, disse o parlamentar.
FONTE: JP
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