A Ilha do Cajual, no Maranhão, guarda um tesouro: esqueletos de dinossauros. Entre eles, o Oxalaia quilombensis, o maior dinossauro carnívoro já encontrado no Brasil.
Ele foi descoberto no Maranhão. Um catamarã, às 5h, leva a equipe do Fantástico rumo à ilha que guardou o grande dinossauro por 95 milhões de anos. São 25 quilômetros de São Luis até a ilha do Cajual, passando pela baía de São Marcos. A equipe só foi até lá por causa de uma grande coincidência.
“A Laje do Coringa, no Cajual, só foi descoberta em 1994. O geólogo não estava procurando fóssil. Ele estava mapeando rocha. Para se ter uma ideia a gente já coletou ali mais de 6 mil peças fósseis”, conta o paleantólogo Manoel Alfredo, da UFMA.
Na pequena vila, o tempo parece mais lento. Com criação de porcos, o lombo de boi é o único transporte. A vida é só da pesca do camarão, até chegarem os dinossauros para mexer com a cabeça dessa gente.
“Se esse bicho passasse por aqui, comia muita gente”, diz um morador.
“Tudo, para a gente, era pedra. Aí depois que eles diziam que eram fósseis de dinossauro, Como dentes que a gente achou na beirada. O professor falou que é de um tal de ‘carcarádontossauro’, coisa assim”, comenta o pescador Antônio Soares.
Poucas horas antes das 10h30, tudo estava coberto de água. A maré seca tanto que cerca de um quilômetro virou faixa de areia e lama. Só assim é possível ver as falésias e as rochas onde os fósseis foram encontrados.
Os pesquisadores esmiúçam a região. Há 95 milhões de anos, a foz de um rio trouxe no leito restos de animais mortos. “São fragmentos de dentes de pterossauro, répteis voadores que eram muito comuns no nordeste do Brasil”, aponta um pesquisador.
No local, foi encontrada a mandíbula do maior dinossauro carnívoro do Brasil. O Oxalaia quilombensis é uma espécie africana, o que é mais uma evidência de que um dia os continentes foram um só, a Pangeia. Segundo a teoria da deriva continental, grandes terremotos separaram os continentes.
“A fenda representa um terremoto, um abalo sísmico. Toda essa região está cheia desse tipo de vestígio”, afirma o pesquisador Rafael Lindoso.
São vestígios, pequenos fragmentos do passado. Eles fascinam tanto na realidade, quanto na ficção.
fonte; Fantástico, da Rede Globo
0 comentários:
Postar um comentário