quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Hemorragia que quase matou Fidel foi durante voo e sem médico a bordo

fonte: O Globo

Fidel Castro
 


A hemorragia intestinal que, há mais de quatro anos, quase matou Fidel Castro aconteceu quando ele estava em um voo em Cuba, sem médico a bordo, e forçou uma aterrissagem de emergência em algum lugar entre Havana e Holguín. Pela gravidade dos problemas, diplomatas americanos diziam, um ano depois, que o líder cubano sofreria "uma inevitável deterioração de suas faculdades mentais", mas não morreria imediatamente.

As revelações, que violam um silêncio quase absoluto do governo cubano sobre a saúde de Fidel, de 84 anos, aparecem em relatórios enviados a Washington por diplomatas americanos que tiveram acesso, por intermediários, a boletins médicos oficiais da ilha. Os documentos foram filtrados pelo site WikiLeaks e divulgados pelo jornal espanhol "El País".

Em 14 de março de 2007, o escritório de interesses americano recebeu um boletim, elaborado a partir do histórico médico de Fidel, que descreve o agravamento do estado de saúde do cubano. "Castro atravessa um estado terminal (...), mas não vai morrer imediatamente. Acreditamos que uma volta definitiva é improvável", escreveu então Michael Parmly, que chefiava a missão diplomática americana.

Parmly ressalta, porém, que Fidel passou a ser uma presença mais de bastidores do que fora em anos anteriores.

Outras correspondências da missão americana mencionam a doença de Fidel, projetam cenários políticos e comentam as aparições do líder cubano, mas apenas no relatório de março de 2007 é feito uma descrição mais detalhada de seu estado clínico.

Fidel afastou médico que acatou sua sugestão de cirurgia

O relatório explica que o voo que levava Fidel em julho de 2006 não tinha médico porque era curto - Havana e Holguín são separadas por cerca de 700 quilômetros. Após a aterrissagem, foi diagnosticada diverticulite do cólon, que no caso do cubano gerou uma hemorragia no intestino.

Os americanos contam que, segundo os boletins a que tiveram acesso, antes da operação Fidel discutiu praticamente ao mesmo nível dos médicos qual seria a melhor intervenção cirúrgica para o seu caso. A sugestão dele foi acatada, mas a operação não deu certo.

O médico Eugenio Selman, chefe da equipe que acatou a sugestão de seu então presidente, foi afastado "para um emprego menor" com a chegada de um médico espanhol, que descartou a possibilidade de câncer e descobriu no intestino uma fístula, uma conexão anormal entre órgãos. Por esse problema, Fidel perdeu quase 20 quilos.

A correspondência americana conclui que, com mais de 80 anos, Fidel não poderia mais se curar desses problemas de saúde e, por isso, não voltaria à atividade em Cuba como antes.

"Fidel Castro quase morreu entre julho e outubro de 2006, (mas) ainda nos faltam muitas variáveis para prever por quantos meses mais viverá", escrevem os americanos ao Departamento de Estado.

Com o afastamento de Fidel, Raúl Castro, seu irmão mais novo, assumiu o poder em Cuba ainda em 2006. Dois anos depois, apesar dos sinais de recuperação do irmão, se tornou presidente de forma definitiva. 

Um comentário:

  1. Não adianta se deliciarem com a visão de um Fidel no fim de sua vida... Ele nos deixou um legado, história de coragem e verdadeira justiça! Mordam-se, fodam-se liberais!

    * José Antonio Gonçalves - Guarujá SP

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