Na Terra da Bacaba, onde as rodas de conversa são quase tão tradicionais quanto o arroz de cuxá, o tema da vez não poderia ser outro: a tão aguardada lista de secretários do prefeito eleito Roberto Costa. A cidade vive uma mistura de ansiedade e especulação, como se o anúncio fosse uma espécie de final de campeonato – só que, em vez de gols, o que conta são os nomes escolhidos para compor o time.
Nos bares e restaurantes, os autoproclamados cientistas políticos dão um show à parte. Entre uma cerveja e outra, surgem listas que mais parecem fruto de uma imaginação fértil ou, quem sabe, de apostas malucas. Alguns nomes são tão inusitados que arrancam risos, outros provocam olhares desconfiados. Mas, convenhamos, Bacabal é especialista em transformar especulação em arte – ou comédia.
O fato é que não existe lei que obrigue um prefeito a apressar o anúncio. A prudência, como diz o ditado, é uma virtude, e Roberto Costa parece entender isso muito bem. Afinal, formar um secretariado não é tarefa para impulsivos; é preciso estratégia, diálogo e, claro, paciência para lidar com os inúmeros aspirantes que surgem de todos os cantos, cada um com sua justificativa impecável para ocupar um cargo.
Enquanto isso, há quem queira, de qualquer maneira, uma fatia do bolo do poder. É como se a política fosse um grande buffet onde todos tentam garantir seu lugar à mesa. E, no meio dessa disputa, não faltam aqueles banhados de inveja, sempre prontos a apontar um defeito – real ou inventado – em qualquer nome que apareça na lista, mesmo que ela ainda nem exista.
Os fofoqueiros de plantão, esses são um caso à parte. Transformam cada ausência de notícia em um prato cheio para suas teorias, destilando venenos em doses tão concentradas que poderiam rivalizar com qualquer telenovela. Eles esperam a lista quase em crise de ansiedade, como se dependessem dela para dar sentido aos seus dias – e, talvez, dependam.
Por outro lado, é impossível não parabenizar Roberto Costa pela prudência. Ele entende que o jogo nem começou e que cada escolha precisa ser feita com a precisão de um cirurgião. Melhor dar um passo de cada vez do que tropeçar na pressa. A política, afinal, não é corrida de 100 metros, mas uma maratona cheia de curvas e obstáculos.
E assim segue Bacabal, com sua curiosidade coletiva e suas listas imaginárias. Enquanto o prefeito eleito não revela os nomes, o espetáculo da especulação continua. E, convenhamos, é uma das diversões mais típicas e deliciosamente humanas que a cidade pode oferecer.
Por José Casanova
Professor, Jornalista e Escritor
Membro da Academia Bacabalense de Letras
Academia Mundial de Letras da Humanidade
Tutor da Academia Maranhense de Letras Infantojuvenil
Parsbens pelo seu trabalho na educação e Cultura feliz ano novo
ResponderExcluirMuito bom 👏👏
ResponderExcluirIsso mesmo 😊