domingo, 16 de setembro de 2018

Crônica do Dia: Eu quero SIM!


      Resultado de imagem para simplicio araújoAos 25 anos Clarice, Clara para os íntimos, era uma  dessas meninas comuns. Não fosse a curiosidade passaria despercebida na sua geração.




     Antenada nas atualidades, introspectiva feito a obra de Lispecto, Clarice de todas as mídias preferia o Rádio. Lembrava sua mãe falando sobre a Jainara, namorada do Mearim. E foi justamente no Rádio que ouvira pela primeira vez a palavra mágica: Simplício Araújo.
    Indecisa em quem votar, mas sem se deixar emprenhar pelas pesquisas, pesquisava na internet enquanto ouvia o rádio ao fone de ouvido. Nunca vira o tal de Simplício, mas muita gente dizia o conhecer  trabalhando nas ondas do Rádio Bacabalense.
   Na verdade o viu aparecer há alguns meses na TV local a entregar simbolicamente uma ambulância que serias muito útil  ao município, aliais aos vários municípios contemplados por suas articulações em contrapartidas sociais de empresas que investiam no Maranhão. Simplício tinha transito livre no governo, fora responsável pela política de geração de emprego e renda na Era Dino; isso clareou as ideias de Clarisse.
     "Escuta essa canção que que é pra tocar no rádio, no rádio do seu coração, você me sintoniza, e a gente então se liga nessa estação...aumente o seu volume...". Clarice não aumentou o volume, pelo contrário até baixou o volume para ouvir o que se passava lá fora. Saiu na porta com a curiosidade de sempre.  Tratava-se de um arrastão no sentido político da palavra.
   Não dava para contar quantas pessoas participavam, mas dava para identificar celebridades locais, um famoso radialista do "Roda Viva", um propriedade de lojas de departamentos que era um  sucesso como magazine, poetas, artistas, intelectuais e grande número de lideranças comunitárias, empresariais e anônimas.
    Algumas mulheres pouco elegantes seguravam bandeiras coloridas que tremulavam  em seus mastros de madeira,o carro de som não era dos melhores, mas se fazia entender.
     Uma criança, talvez da Trizidela, aproveitava para "vender dindim" e entre trabalhar brincava de cabo eleitoral com a intenção de consegui "santinhos" para jogar com os coleguinhas na boca da noite, na cabeça da ponte.De repente em meio àquela algazarra  que lhe roubou um sorriso, os olhos de Clarice cruzam olhares com os de Simplício.
     Limpou a vista! Por milésimos de segundos, mas o bastante para conquistar o seu SIM! Simplício acenou para ela e fez gesto  de ir cumprimentá-la, mas Erinaldo, o Pequenez, babava o microfone em elogios verdadeiros a Simplício e o puxou de forma brusca para que falasse com sua vizinha do lado.
    Como se alguém desligasse o pause do tempo, uma senhora simples, com sorriso iluminado, pele bem cuidada se aproxima de Clarice  e de maneira elegante lhe cola sobre a blusa um adesivo enquanto discorria sobre a vida e o trabalho de Simplício:
    _E aí meu bem, você vota, você quer votar em Simplício?
    Clarice olhou para Simplício que já ia longe, sorriu e respondeu:
    _Sim.Eu quero SIM! - Respondeu Clarice entre sorrisos.
   Então ganhou um abraço com cheiro de mãe da senhora elegante e discreta que acompanhava Simplício...
                                                  Zezinho Casanova


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