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domingo, 25 de maio de 2025

Xadrez é destaque nos Jogos Escolares Bacabalense

 

O xadrez foi um dos grandes destaques dos Jogos Escolares Bacabalense, realizados neste sábado (24) na Escola SESI, reunindo crianças e adolescentes de diversas escolas do município. Sob a organização da Secretaria de Desporto e Lazer, foram disponibilizados quatro tabuleiros para as disputas, mas o torneio enfrentou alguns desafios de organização que chamaram a atenção de professores, alunos e responsáveis.

Embora o evento tenha proporcionado momentos de entusiasmo e superação para os jovens enxadristas, a competição foi marcada por falhas na condução técnica. Apenas um funcionário da Secretaria esteve presente para auxiliar no torneio, e sua falta de domínio sobre as regras básicas do xadrez acabou gerando confusão. Professores presentes precisaram intervir, orientando o andamento das partidas e esclarecendo dúvidas dos participantes.

Outro ponto que gerou desconforto foi a ausência de um regulamento formal. Alguns jogadores relataram que, se existia um documento orientador, este não foi disponibilizado aos presentes. Além disso, o formato adotado para as partidas — com duração de apenas 10 minutos e o vencedor sendo declarado com base no somatório dos pontos das peças restantes no tabuleiro — foi visto como inadequado por muitos, destoando das regras tradicionais do xadrez competitivo.

Segundo as regras do xadrex, Não importa se a vez de jogar é das Brancas ou das Pretas quando o tempo acaba. Se o tempo acaba antes de fazer o lance, o jogador perde a partida, exceto quando o adversário não tem material para vencer., Neste caso a partida é declarada empatada.

Mesmo diante dessas adversidades, o espírito esportivo prevaleceu, e o evento destacou talentos promissores do xadrez bacabalense. Na categoria Infanto, o grande campeão foi Mateus de Jesus, do IFMA, que é visto como uma das grandes promessas do esporte na região. Em segundo lugar ficou José Matheus, representando o SESI, e Victor Emanuel também se destacou com seu desempenho consistente.

No feminino, o pódio foi dominado pela Escola São João Batista e pelo Colégio Militar. Lauane Mota, da Escola São João Batista, ficou com o primeiro lugar, enquanto Sofia e Isa, ambas do Colégio Militar, conquistaram o segundo e terceiro lugares, respectivamente.

Apesar das falhas de organização, a Secretaria Municipal de Desporto e Lazer cumpriu seu papel do fomentadora do esporte. O xadrez em Bacabal sai fortalecido deste evento, mostrando o interesse crescente dos jovens pelo jogo de estratégia. Espera-se que, para os próximos torneios, a Secretaria de Desporto e Lazer tome providências para garantir uma melhor estrutura, regulamentos claros e equipe técnica capacitada com maior núero de servidores trabalhando, para que o talento dos jovens enxadristas seja plenamente valorizado.









sexta-feira, 16 de maio de 2025

Câmara Municipal de Bacabal realiza mais uma Sessão Ordinária


Bacabal (MA) – 14 de maio de 2025

A Câmara Municipal de Bacabal realizou na tarde desta quarta-feira (14) mais uma Sessão Ordinária. Os trabalhos legislativos foram abertos oficialmente pela presidente da Casa, vereadora Nathália Duda (MDB), que conduziu os procedimentos regimentais com a presença dos parlamentares e servidores do Legislativo.

A sessão teve início com a leitura bíblica, realizada pelo vereador Feitosa (UNIÃO), seguida da leitura da ata da sessão anterior, feita pelo vereador Reginaldo do Posto (PP). Já a leitura da ordem do dia ficou a cargo do vereador Alberto Veloso (PSB), que apresentou os itens para apreciação em plenário.


Entre as pautas, um dos pontos que gerou maior atenção foi o requerimento apresentado pelo vereador Cândido de Madureira (UNIÃO), solicitando a convocação da secretária municipal de Educação para prestar esclarecimentos sobre a situação da pasta. O requerimento, no entanto, não obteve aprovação da maioria dos vereadores e acabou sendo retirado pelo próprio autor, após discussões em plenário.

A sessão seguiu com o uso da tribuna por parte dos parlamentares, momento em que diversos vereadores, inclusive integrantes da base aliada do governo municipal, aproveitaram para fazer cobranças públicas à gestão. 

A presidente Nathália Duda encerrou os trabalhos destacando a importância do debate democrático e do respeito às diferentes posições dentro do parlamento municipal. A próxima Sessão Ordinária está prevista para a próxima semana, com novas matérias a serem debatidas e votadas.











Associação Avesol realiza encontro no Quilombo São Sebastião dos Pretos


Bacabal (MA), 10 de maio de 2025 — Em um importante momento de articulação política e fortalecimento comunitário, a Associação Avesol( Associação Vencer Juntos em Economia  Solidária) promoveu neste sábado (10) uma reunião no Quilombo São Sebastião dos Pretos, localizado na zona rural de Bacabal. O encontro contou com a presença de representantes de diversos municípios onde a entidade atua, reafirmando seu compromisso com o desenvolvimento humano, a justiça social e a valorização das comunidades tradicionais.

Durante a programação, lideranças quilombolas, membros da Avesol e convidados participaram de rodas de conversa e debates sobre temas políticos relevantes para os territórios atendidos. As discussões abordaram o acesso a políticas públicas, os desafios enfrentados pelas comunidades tradicionais, e estratégias de resistência e autonomia frente às desigualdades sociais e ao racismo estrutural.

Um dos pontos de destaque do encontro foi a apresentação do projeto da futura Casa de Processamento de Coco Babaçu, que está pronta e funciona  na própria comunidade de São Sebastião dos Pretos. A iniciativa, articulada com apoio técnico e político da Avesol, tem como objetivo agregar valor à produção local, gerar renda para as famílias extrativistas e promover a sustentabilidade do território.

“A construção da Casa de Processamento é mais do que uma ação econômica — é um símbolo de resistência e valorização dos saberes tradicionais das quebradeiras de coco. Esse projeto dialoga diretamente com a missão da Avesol de promover a justiça e o protagonismo das comunidades”, destacou Maria Santana Lago Presidente da associação.


Além do projeto com o babaçu, os participantes também refletiram sobre o papel do voluntariado, os direitos quilombolas, e a importância de ampliar redes de apoio e solidariedade entre os territórios. A reunião foi marcada pela força do coletivo e pela reafirmação da identidade cultural quilombola.

O Quilombo São Sebastião dos Pretos, certificado pela Fundação Cultural Palmares e com titulação de terras reconhecida pelo Iterma desde 2005, abriga 45 famílias em uma área de mais de 1.000 hectares. A comunidade tem se destacado pela organização social e pela busca por alternativas que garantam qualidade de vida, preservação ambiental e respeito às tradições.

A reunião encerrou-se com encaminhamentos práticos e o compromisso de fortalecer o trabalho em rede entre as comunidades apoiadas pela Avesol, reafirmando o papel das organizações da sociedade civil na construção de um Brasil mais justo e plural.











segunda-feira, 12 de maio de 2025

Povos Quilombolas:os Guardiões Invisíveis das Matas dos Cocais

  No coração das Matas dos Cocais, no Estado do Maranhão, vive Dona Lourdes, uma pequena agricultora do quilombo Pedra, onde o tempo anda devagar. Ela planta o que come, dança o que sente e reza para manter de pé o que o mundo tenta tombar. Caminha descalça sobre a serrapilheira e o barro molhado. Carrega no rosto as rugas da mata e, nos olhos, o reflexo do rio Itapecuru e de seus afluentes. Fala pouco, mas, quando conta, fala com a alma e entusiasmo. Diz que a palmeira de babaçu já não frutifica no mesmo tempo e que não está sendo fácil coletar seus frutos para o sustento da família, devido à derrubada causada pelo agronegócio empresarial e pela pecuária. Conta que o canto das aves e dos pássaros silvestres mudou de lugar e que há noites em que a mata sonha agitada e receosa, como se temesse o dia seguinte.

Dona Lourdes não estudou em universidade alguma, mas conhece cada planta que cura e cada bicho que avisa quando o perigo se aproxima, e a “cigarra” que canta ao anoitecer. Ensinaram-lhe que o arco-íris era o indicador de que a chuva estava por vir, a escutar o tambor da chuva nas folhas, a ler os sinais das formigas e a entender que as palmeiras de babaçu não se exploram — cuidam-se e preservam-se. Sua comunidade já foi ameaçada por grileiros e madeireiros, ignorada pelas autoridades e atingida por promessas que nunca chegaram, nem de barco, nem a pé.

Mas ainda está ali com sua família. Porque resistir, para os guardiões da terra, é um ato diário, sagrado e de sobrevivência. Resistir é plantar mesmo quando se sabe que os tratores, as motosserras e as armas dos jagunços rondam a comunidade. Todos eles, invisíveis aos olhos do poder das autoridades públicas, são colunas de um mundo que ainda respira. E é na invisibilidade que tecem sua força e coragem. Porque o que não se vê, às vezes, é o que mais sustenta. Cantar ao redor da fogueira mesmo quando o céu parece pesar. É viver onde o materialismo e o “progresso” desordenado só veem os recursos naturais das florestas como produtos manufaturados. Que a luta desses povos originários não seja lembrada apenas em dias de tragédia, mas ouvida enquanto ainda há tempo de replantar o que foi arrancado de maneira truculenta pelo capitalismo selvagem.

Por José Carlos Aroucha 

Professor Ambientalista,  pesquisador e escritor