A imparcialidade pode ser classificada como o maior conflito íntimo do jornalismo, já que o fazer jornalístico não consegue livrar-se das amarras politicas ou ideológicas de quem o produz.
Quem faz
jornalismo o faz sempre a serviço de uma classe ou grupo social, às vezes possível
ou passível de ser fotografado como uma
mistura homogênea, mas composta de interesses contrários que aguardam momentos
de tirarem suas máscaras sociais. Com o advento da internet perder-se num
labirinto da ignorância de quem o produz sem o devido conhecimento técnico que
deve ter a produção da informação
A mesma
informação poderá ser transmitida por diversas mídias de maneira diferente,
mesmo que tenha o mesmo conteúdo, diferenciando-se na exposição do ponto de
vista de quem a produziu. Vendo as coisas por esse ângulo podemos afirmar que
não há imprensa imparcial, não existe imparcialidade no jornalismo, pois os
veículos de comunicação, grandes ou pequenos, estão direta ou indiretamente a
serviço de alguém, seja pessoal, física ou um coletivo de interesses. O texto jornalístico
traz em si uma carga semântica que se exterioriza através da linha editorial
que segue.
A tez marrom
do jornalismo ajuda a maquiar a realidade, gera conflitos existências , criar
avatás da informação num mundo paralelo e conveniente aos que dominam os meios de produção da noticia.
A
imparcialidade portanto, vira discurso politicamente correto que não sai do
campo das ideias ficando na penumbra da realidade. Ser imparcial significa ferir interesses, magoar paixões
ideológicas, causar mau estar aos
privilegiados, e , certamente
é uma virtude que ficará para a vida futura quando o jornalismo e a sociedade
que o consome atinja um crescimento moral de acordo com o exercício da práxis
imparcial.
Já que não
podemos ser imparciais, sejamos pelo menos éticos.
José Casanova é professor, Jornalista e Escritor membro da Academia Bacabalense de Letras
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