O diploma em nível superior curvou-se à especialidade de uma técnica que de uma única tentativa, para o bem da já impaciente paciente, acertara a introdução da agulha aliviando-lhe o sofrimento.
Abortos espontâneos ou provocados feitos rios corriam para o mar da corretagem. Arborescentes grávidas de pais irresponsáveis e já não tão jovens ouviam sermões poucos litúrgicos de médicos não tão equilibrados quanto pareciam. Uma ou outra vítima dos desajustes da sociedade contemporânea, alguns futuros psicopatas sociais, chegavam de ambulância mau cuidadas numa frenética mistura heterógena de doenças que caminham para uma doce quimioterapia.
Admiráveis hipocondríacos superlotavam a sala de espera a procura de uma doença que os adotassem.
Um jovem chega de ambulância, fazia belas caretas feias de doer, havia fraturada a perna numa pelada. Chegara a provocar risos dos abutres de hospitais, aquelas pessoas que mesmo sem serem da impressa, adoram a desgraça alheia e correm feito urubus sobrevoando carniça, cada vez que chegava uma ambulância.
Ao ver o jogador machucado lembro-me de um fato inusitado que presenciara na infância com alguns exageros dos senadinhos da terra da bacaba. Em um jogo importante no estádio de futebol da cidade, jogo importante para época, principalmente por fazer parte da tradicional política do pão e circo.
Uma rádio que não me lembro de nome, transmitia o jogo para toda região, e eis que o histórico goleiro Spindola é machucado num lance duvidoso, o narrador do jogo dá ênfase ao acontecido e passa a bola para o repórter de campo que entrevista na maca o ídolo local:
_ Spindola, e aí, tudo bem com você? – Indagou o nobre repórter.
_ Tudo bem, nada grave não. – Responde o goleiro.
_ É isso aí ouvintes, o caso do Spindola não é de muita gravidez não!... – Concluiu o repórter.
Desde de então a gravidez de Spindola não me sai na memória, agora em meio à gravidades de grávidas, sei o quanto precisamos tirar a saúde brasileira da UTI. Fico aqui a olhar pela janela de vidro esperando uma melhora, talvez a alta, quem sabe a cura da Síndrome da Imunodeficiência de nossa cidadania.
Zezinho Casanova: Poeta, professor e Jornalista da Academia Bacabalense de Letras
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