sexta-feira, 1 de junho de 2012

MA é estado com mais conflitos no campo

POR JULLY CAMILO e OSWALDO VIVIANI

A 27° edição do relatório anual “Conflitos no Campo Brasil 2011”, divulgada na manhã de hoje (31), pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), registrou o Maranhão como líder do ranking de conflitos agrários no país, com 224 registros – aumento de 54 casos, em relação a 2010, quando foram constatados 170 conflitos. O Pará vem a seguir, com 125 ocorrências em 2011. Sete pessoas foram assassinadas no campo maranhense em 2011, segundo a CPT. Em 2010 houve quatro mortes. Em número de assassinatos no campo, o Maranhão só perdeu, no ano passado, para o Pará, que teve 12 homicídios.
Foto: G. Ferreira
Pastoral da Terra divulgou ontem relatório sobre conflitos no campo
O Maranhão também é “campeão nacional” de ameaçados de morte no campo, de acordo com o relatório da CPT – 116 pessoas estavam ameaçadas em 2011 no estado. No Pará, havia, no ano passado, 78 pessoas ameaçadas.
Segundo dados do relatório anual da CPT-MA, em 2011 foram mortos no Maranhão uma criança indígena awá-guajá e o índio Tazirã Ka’apor; os assentados Júlio Luna da Silva e João Conceição da Silva; as lideranças rurais Cícero Felipe da Silva e Valdenilson Borges, e o quilombola Delmir Silva.
O líder rural Valdenilson Borges foi assassinado em outubro de 2011
Em 2010, foram mortas três lideranças rurais (Raimundo Pereira da Silva, Francisco Ribeiro Viana e Elias Ximenes Ferreira) e o líder quilombola Flaviano Pinto Neto.
Os assassinatos de 2010 e 2011 ocorreram nos municípios de Arame (2), Santa Luzia do Tide (3), Serrano do Maranhão (2), Centro do Guilherme (1), Codó (1) São Mateus (1) e São Vicente Ferrer (1).
A CPT informou, ainda, que neste ano já foram registrados no Maranhão seis assassinatos em decorrência de conflitos no campo.
De acordo com o padre Inaldo Serejo, coordenador da CPT-MA, “os dados do Maranhão contidos no relatório são graves e indicam um clima de violência no estado”. Para Serejo, “há muita propaganda e desculpas mentirosas dos governos estadual e federal, que brincam com a vida das pessoas, afirmando que elas estão incluídas em uma lista de proteção que na prática não existe”.
No Brasil, segundo o relatório anual da CPT, ocorreram 1.363 conflitos no campo em 2011, contra 1.186 em 2010. Os assassinatos no campo, no país, sofreram uma queda – de 34 em 2010 para 29 no ano passado.
POR JULLY CAMILO e OSWALDO VIVIANI

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