POR JULLY CAMILO e OSWALDO VIVIANI
A 27° edição do relatório anual “Conflitos no Campo Brasil 2011”,
divulgada na manhã de hoje (31), pela Comissão Pastoral da Terra (CPT),
registrou o Maranhão como líder do ranking de conflitos agrários no
país, com 224 registros – aumento de 54 casos, em relação a 2010,
quando foram constatados 170 conflitos. O Pará vem a seguir, com 125
ocorrências em 2011. Sete pessoas foram assassinadas no campo
maranhense em 2011, segundo a CPT. Em 2010 houve quatro mortes. Em
número de assassinatos no campo, o Maranhão só perdeu, no ano passado,
para o Pará, que teve 12 homicídios.
Foto: G. Ferreira
Pastoral da Terra divulgou ontem relatório sobre conflitos no campo
O Maranhão também é “campeão nacional” de ameaçados de morte no campo,
de acordo com o relatório da CPT – 116 pessoas estavam ameaçadas em
2011 no estado. No Pará, havia, no ano passado, 78 pessoas ameaçadas.
Segundo dados do relatório anual da CPT-MA, em 2011 foram mortos no
Maranhão uma criança indígena awá-guajá e o índio Tazirã Ka’apor; os
assentados Júlio Luna da Silva e João Conceição da Silva; as lideranças
rurais Cícero Felipe da Silva e Valdenilson Borges, e o quilombola
Delmir Silva.
O líder rural Valdenilson Borges foi assassinado em outubro de 2011
Em 2010, foram mortas três lideranças rurais (Raimundo Pereira da
Silva, Francisco Ribeiro Viana e Elias Ximenes Ferreira) e o líder
quilombola Flaviano Pinto Neto.
Os
assassinatos de 2010 e 2011 ocorreram nos municípios de Arame (2),
Santa Luzia do Tide (3), Serrano do Maranhão (2), Centro do Guilherme
(1), Codó (1) São Mateus (1) e São Vicente Ferrer (1).
A CPT informou, ainda, que neste ano já foram registrados no Maranhão seis assassinatos em decorrência de conflitos no campo.
De acordo com o padre Inaldo Serejo, coordenador da CPT-MA, “os dados
do Maranhão contidos no relatório são graves e indicam um clima de
violência no estado”. Para Serejo, “há muita propaganda e desculpas
mentirosas dos governos estadual e federal, que brincam com a vida das
pessoas, afirmando que elas estão incluídas em uma lista de proteção
que na prática não existe”.
No
Brasil, segundo o relatório anual da CPT, ocorreram 1.363 conflitos no
campo em 2011, contra 1.186 em 2010. Os assassinatos no campo, no país,
sofreram uma queda – de 34 em 2010 para 29 no ano passado.
POR JULLY CAMILO e OSWALDO VIVIANI
0 comentários:
Postar um comentário