Abril do autismo. Abril da conscientização. Abril de combate ao capacitismo. Abril anticapacitista. Abril de combate ao racismo. Abril antirracista. Abril de respeito às diferenças. Abril de lutas por garantias de direitos,mostrando desigualdades e consequentemente promovendo inclusão.
Tratando-se do recorte racial no autismo que é estrutural ainda é pouco evidenciado. Sendo um tanto "esquecido".Refletindo o racismo estrutural da sociedade brasileira.
Uma vez que, pessoas negras autistas constituem a maior parte da comunidade autista e mesmo assim são inviabilizadas, sem as mesmas terem acesso à ações efetivas da esfera pública que atendam os direitos básicos, atrelando-se a falta de informação e vulnerabilidade.
Assim, como seria tratada uma criança autista negra em crise num espaço público ou privado? Bem como, uma pessoa adulta negra? Seriam tratados da mesma forma que crianças e autistas adultos brancos? Constatações já mostraram que os tratamentos seriam diferenciados, tendo em vista, a condição financeira de pessoas negras autistas. Destarte, os esteriótipos sociais que destacam predominantemente pessoas autistas brancas.
Além disso, o CDC ( Centro de Controle de Doenças e Prevenção) , aponta que as crianças brancas brancas são mais identificadas com o autismo do que crianças negras em razão de diversos fatores. Ademais, a dificuldade de acesso ao diagnóstico e tratamento das pessoas autistas negras não é somente devido à condição financeira, mas também, a falta de oferta de profissionais qualificados e equipe multidisciplinar por parte do Poder Público.
Percebendo-se um significativo atraso no diagnóstico de pessoas autistas negras ou até a falta de acesso a esse diagnóstico.Tampouco, tratamentos necessários e imprescindíveis.
Analogamente, autistas ciganos, indígenas e quilombolas são invisibilizados e consequentemente desumanizadas à maneira das pessoas autistas negras que precisam "mascararem" as suas condições para que possam ser aceitas socialmente. Inclusive, numa tentativa de diminuírem um risco real de sofrerem violências.
Enfatizando-se que fazer recorte racial no autismo não é "mimimi".Também, não é desejar que pessoas autistas brancas sejam alijadas dos seus direitos num contexto de assegurar e garantir direitos humanos para todos(as) diante de uma sociedade democrática que visa a inclusão.
Por conseguinte, as desigualdades socieconômicas e as ausências de efetivas políticas públicas evidenciam que no autismo se faz necessário debate racial, numa perspectiva anticapacitista e antirracista.
Antonio David Filho da Silva Morais(David Morais)
Adulto Autista e Ativista
Anticapacitista e Antirracista
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