sexta-feira, 14 de outubro de 2011

ProCultura só entrará em vigor a partir de 2013, diz secretário

Projeto feito com participação popular vai substituir a Lei Rouanet

Elaborado pelo Ministério da Cultura com a participação popular para substituir a Lei Rouanet, o ProCultura (Programa Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura) só deve entrar em vigor, na melhor das hipóteses, em 2013. A expectativa é do secretário de Fomento e Incentivo à Cultura do ministério, Henilton Parente de Menezes.Segundo Menezes, a reforma da atual lei de incentivo à cultura, em vigor desde 1991, é complexa e exigirá habilidade dos parlamentares responsáveis por redigir um texto capaz de gerar o mínimo de insatisfação entre os diferentes segmentos afetados pelas mudanças. Para ele, unanimidade é algo quase impossível de se obter no tema.
- Esse projeto certamente não será sancionado pela presidenta da República este ano.
O secretário falou sobre a mobilização de grupos de teatro pela criação do Prêmio Teatro Brasileiro, previsto em PL (projeto de lei) encaminhado pelo ministério ao Congresso Nacional.
Já aprovado pela Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, o PL 6.722/2010 está sendo analisado na Comissão de Tributação e Finanças, de onde seguirá para a Comissão de Constituição e Justiça e, em seguida, para o Senado.
- Supondo que o projeto seja votado ainda no primeiro semestre de 2012, algo que eu acho factível, nós só conseguiremos implantar a lei em 2013. Uma lei como essa, que se refere à renúncia fiscal, só pode entrar em vigor no exercício fiscal subsequente.
Ele enfatizou que, além da sanção presidencial, a implementação da nova lei exigirá um período de transição devido ao número de projetos culturais sendo executados com base na legislação em vigor.
- Teremos algo em torno de 12 mil projetos [culturais] sendo executados com base na legislação atual. Serão de dois a três anos de transição para que estes projetos sejam concluídos.
Quanto ao Prêmio Teatro Brasileiro, o secretário considera normal e positivo que os grupos teatrais tenham se mobilizado para garantir mais recursos para o setor. Menezes não discordou sequer do argumento de que o prêmio pode ser uma forma de o Estado reassumir seu papel de gestor dos recursos públicos obtidos por meio das leis de renúncia fiscal, mas ressalvou que isso vai depender da redação final da lei.
- De certa forma, eles [grupos teatrais] têm razão. Só é preciso lembrar que, atualmente, 25% dos recursos obtidos por meio de renúncia fiscal vão para as artes cênicas. Podemos ter um prêmio bem desenhado, que favoreça a desconcentração dos recursos, ou um prêmio que continue beneficiando os grupos do Rio de Janeiro e de São Paulo, que, hoje, já ficam com 80% dos recursos disponíveis.
Para o secretário, o importante é discutir a ampliação dos recursos destinados ao Fundo Nacional de Cultura, mecanismo por meio do qual o Ministério da Cultura investe em projetos culturais e que, para este ano, dispõe de apenas R$ 204 milhões, enquanto o total a ser movimentado este ano por meio da Lei Rouanet chega a R$ 1,35 bilhão.
- O projeto de lei prevê que o Fundo Nacional de Cultura será equiparado ao valor da renúncia fiscal. Defendemos a ampliação dos valores destinados ao fundo, mas, para isso, temos que encontrar formas de torná-lo mais atraente para os empresários. Com o fundo, o ministério poderá distribuir os recursos de forma muito mais equilibrada por todo o país.
Relator do projeto de lei na Comissão de Tributação e Finanças da Câmara dos Deputados, o deputado Pedro Eugênio (PT-PE) informou que apresentará uma primeira versão de seu relatório durante um seminário agendado para o próximo dia 8 de novembro.
- Estamos conversando com os setores de vários segmentos artísticos, e não só do teatro, dialogando com os ministérios da Fazenda e da Cultura e, em breve, apresentaremos uma primeira versão do relatório. O prêmio para o teatro já está incluído no projeto de lei e eu mesmo sou favorável a sua manutenção. Qualquer artigo [do projeto de lei], no entanto, pode ser aprovado ou suprimido nas comissões.
O deputado, assim como o secretário, destacaram que ainda não há definição quanto a valores e critérios de premiação, nem sobre a fonte dos recursos necessários. Isso e a possível criação de prêmios para outras manifestações artísticas, garantem eles, vai depender das discussões no Congresso Nacional.
fonte: R7

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