quarta-feira, 23 de novembro de 2022

CRÔNICA: Imparcialidade: a face oculta do jornalismo!

A imparcialidade pode ser classificada como o maior conflito íntimo do jornalismo, já que o fazer jornalístico não consegue livrar-se das amarras politicas ou ideológicas de quem o produz.

Quem faz jornalismo o faz sempre a serviço de uma classe ou grupo social, às vezes possível ou passível  de ser fotografado como uma mistura homogênea, mas composta de interesses contrários que aguardam momentos de tirarem suas máscaras sociais. Com o advento da internet perder-se num labirinto da ignorância de quem o produz sem o devido conhecimento técnico que deve ter a produção da informação

A mesma informação poderá ser transmitida por diversas mídias de maneira diferente, mesmo que tenha o mesmo conteúdo, diferenciando-se na exposição do ponto de vista de quem a produziu. Vendo as coisas por esse ângulo podemos afirmar que não há imprensa imparcial, não existe imparcialidade no jornalismo, pois os veículos de comunicação, grandes ou pequenos, estão direta ou indiretamente a serviço de alguém, seja pessoal, física ou um coletivo de interesses. O texto jornalístico traz em si uma carga semântica que se exterioriza através da linha editorial que segue.

A tez marrom do jornalismo ajuda a maquiar a realidade, gera conflitos existências , criar avatás da informação num mundo paralelo e conveniente  aos que dominam  os meios de produção da noticia.

A imparcialidade portanto, vira discurso politicamente correto que não sai do campo das ideias ficando na penumbra da realidade. Ser imparcial significa ferir interesses, magoar paixões ideológicas, causar mau estar aos privilegiados, e , certamente é uma virtude que ficará para a vida futura quando o jornalismo e a sociedade que o consome atinja um crescimento moral de acordo com o exercício da práxis imparcial.

Já que não podemos ser imparciais, sejamos pelo menos éticos.

José Casanova é professor, Jornalista e Escritor membro da Academia Bacabalense de Letras

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