quinta-feira, 21 de julho de 2011

Adolescentes devem ter atendimento de saúde especializado

Internação junto com adultos é prejudicial

 Por 20 dias, o adolescente W., 17 anos, ficou numa enfermaria para adultos do Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, tentando se recuperar de ferimentos a tiros. Rhana Carolina de Oliveira, 16, passou por médicos de uma UPA e um PAM na Baixada que não diagnosticaram sua doença: meningite viral. Depois de muito sofrimento, os jovens conseguiram atendimento adequado, especializado em adolescentes, no Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe).

Pouca gente sabe, mas jovens como eles devem ser tratados de forma diferenciada dos demais pacientes em hospitais. “O adolescente sofre transformações biológicas, sociais e psicológicas. Para tratá-lo deve-se levar em conta o ambiente social e cultural. Na saúdedo adolescente tudo é novo. Já havia planos para idosos, mulheres e crianças, mas não havia para eles”, explica Ana Luisa Lemos Serra, que coordendou a Área Técnica da Saúde do Adolescente do Ministério da Saúde.Daí a importância do trabalho desenvolvido no Hupe, que conta com o ambulatório do Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente da Uerj. “Em comparação aos outros, aqui é muito bom. Eu convivo com pessoas da mesma idade que eu”, afirma Rhana. Faltam verbas e projetos Alguns dos obstáculos à expansão de iniciativas para melhorar o atendimento ao adolescente são: verba escassa, quase ausência de projetos e poucos especialistas. Para tentar reverter o quadro, o Ministério da Saúde elaborou um plano de promoção da saúde básica do adolescente, baseado no projeto de Saúde de Família, voltado para atenção primária, e na distribuição da caderneta do adolescente, criada para facilitar a relação médico-paciente.
Reportagem de Lucas de Tommaso, estudante vencedor do 
Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão - Instituto Vladimir Herzog

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