Era 30 de dezembro de 2024 quando Bacabal perdeu um dos seus filhos adotivos mais ilustres. José dos Santos, conhecido carinhosamente como Mestrinho, partiu aos 90 anos, deixando um legado que transcende gerações. Um homem de estatura pequena, mas de uma grandeza que refletia nos corações daqueles que tiveram o privilégio de conhecê-lo.
Nascido em um Brasil em transformação, Mestrinho cresceu em meio às dificuldades que moldaram o seu espírito combativo. Militante comunista, sindicalista e defensor incansável da democracia, ele se tornou um farol para os que acreditavam em um país mais justo e igualitário. Sua luta era pelo coletivo, pelo bem comum, pela garantia de direitos que, para muitos, ainda eram um sonho distante.
Nos tempos sombrios da ditadura militar, Mestrinho teve que abandonar a luz do dia e viver na sombra da clandestinidade. Perseguido por acreditar em um mundo diferente, nunca perdeu a convicção. Ao contrário, a adversidade parecia reforçar sua vontade de lutar. Ele sabia que sua vida não era apenas sua; era também um instrumento para transformar a vida dos outros.
acSua presença no Sindicato do Comércio Varejista dos Feirantes de Bacabal foi um marco na história local. Como presidente por muitos anos, Mestrinho não apenas organizou a categoria, mas inspirou cada trabalhador a compreender seu valor e seu papel na construção de um Brasil melhor. Sob sua liderança, o sindicato deixou de ser apenas uma instituição burocrática e se tornou uma família, onde o apoio mútuo era a base para enfrentar os desafios.
O que fazia de Mestrinho um líder não era apenas sua habilidade política ou seu discurso eloquente. Era a empatia. Ele não apenas ouvia as histórias dos feirantes; ele as vivia. Caminhava pelas barracas, conversava com cada um como se fossem velhos amigos e nunca deixava de oferecer uma palavra de incentivo. Mestrinho acreditava que a verdadeira revolução começava na relação humana.
Quem o conheceu, carrega lembranças que aquecem o coração. Aquele sorriso largo que parecia abraçar o mundo, as mãos calejadas que traduziam anos de trabalho e luta, e o olhar sereno que transmitia uma sabedoria única.
Sua partida deixou um vazio imenso, mas também a certeza de que ele vive nos ideais que plantou. Mestrinho nos ensinou que a luta não termina, que a democracia é um bem a ser preservado e que cada um de nós tem o poder de fazer a diferença.
Hoje, ao lembrarmos de Mestrinho, celebramos não apenas o homem que ele foi, mas o que ele representa. Um exemplo de coragem, resistência e Esperança. Ao Mestrinho, com carinho, fica a nossa eterna gratidão.
Professor, Jornalista e Escritor
Membro da Academia Bacabalense de Letras
Academia Mundial de Letras da Humanidade
Tutor da Academia Maranhense de Letras Infantojuvenil
Dia 29/12 sonhei com ele e as lutas que travamos. Incrível hoje linessa notícia.
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