quinta-feira, 14 de junho de 2018

Maranhão será o centro do Brasil negro durante Semana Nacional pela Igualdade Racial

        A negritude está na pele, mas também no orgulho de uma herança cultural milenar que cruzou o mar e construiu o Brasil com seus saberes ancestrais. Está nos traços do rosto, mas também no conhecimento repassado de geração a geração, na força da sua expressão antropológica, artística e civilizatória. A negritude está na raiz do povo brasileiro, mas infelizmente também está no centro da exclusão social e da violência, do racismo e do preconceito religioso, de todas as mazelas que pesam vergonhosamente sobre a população negra após os séculos de escravidão no país.
        Para refletir, celebrar e promover os direitos da população negra no Brasil, o Governo do Maranhão realiza, entre os dias 10 e 14 de julho, a Semana Nacional de Promoção da Igualdade Racial. O estado é o terceiro maior representante da descendência africana no país e, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 76,2% dos seus habitantes são negros e esta parcela da população ainda precisa conquistar mais representação política, inclusão e acesso às políticas públicas.
        A Semana Nacional de Promoção da Igualdade Racial tem o patrocínio do governo federal por meio da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e Ministério dos Direitos Humanos e será realizada pelas Secretarias de Estado Extraordinária da Igualdade Racial (SEIR) e de Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop).
       O evento será realizado no auditório do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), na Rua da Estrela, Centro Histórico, e contará com participantes de todos os estados do país e uma programação de palestras, oficinas e mesas temáticas, feira negra, atrações artísticas e uma caravana cultural, distribuídas em diferentes espaços da capital.
        São esperadas mais de mil pessoas entre gestores de políticas da igualdade racial, lideranças de povos e comunidades tradicionais de matriz africana, lideranças de comunidades rurais, quilombolas, pesquisadores, estudantes, professores, representantes do movimento negro e todos demais interessados.
        Os temas em debate incluem o combate ao racismo institucional no estado e no país, a saúde da população negra, a violência e o genocídio dos jovens negros, a resistência das religiões de matriz africana, a questão racial nos conflitos rurais, o empreendedorismo negro e a Lei nº 10639/03, que prevê o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira nas escolas do país.

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