quinta-feira, 26 de junho de 2014

Do bi ao hexa campeonato


https://blogdowaltersorrentino.files.wordpress.com/2014/06/copa-1962.jpgHá exatos 52 anos atrás, neste mesmo dia, o Brasil se sagrava bicampeão mundial de futebol, no Chile. Avançava o sentimento de afirmação nacional, cujas raízes foram lançadas na modernização produzida pela Aliança Liberal no poder em 1930, com Vargas, após a década de 1920 marcada por profundas movimentações sociais, políticas e militares, apontando para um outro patamar civilizatório no país.

Entremeados a períodos de ditaduras e mesmo quando em regime civil eleitos, a democracia era precária. Conquistas sociais históricas foram alcançadas pelos trabalhadores, mas a concentração de renda e patrimônio ficou intocada. A educação pública se instituiu, mas não se fez aqui uma revolução educacional como na Argentina e México até antes desse período. De todo modo, abriu-se o caminho para o desenvolvimento nacional. Aproveitou-se a crise capitalista e a guerra como oportunidade para avançar. Havia um projeto, um caminho e, para isso se reuniram forças. Havia altivez na política externa.
Em 1950 Getúlio volta com o prestígio do eleitorado. Até em São Paulo ele vencera as eleições presidenciais! Depois da Companhia Siderúrgica Nacional, agora era criada a Petrobrás. As artes refletiram esse sentimento de afirmação. Inova-se, com o tempo, o teatro, levando ao proscênio o povo. Surge o cinema novo, a bossa nova, e o espírito brasileiro contagiou o mundo. Duas Copas mundiais foram vencidas. Surge, majestoso, Pelé. Niemeyer, comunista, com Lúcio Costa, assombraram o mundo com Brasília.
Até hoje isso é responsável pelo carinho e admiração que se tem no mundo pela cultura e caráter do povo brasileiro.
E, no entanto, a toada da oposição era muito assemelhada à de hoje: golpista, falsamente moralista, com um projeto claramente reacionário com respeito às liberdades e direitos do povo, alinhava-se incontinenti com os EUA e sua política de guerra fria. A UDN era sua protagonista-mor. Mas estava lá – desde sempre – a mídia, na época os grandes jornalões, os mesmo de hoje. Cansei de ler editoriais de certo órgão empenhado obsessivamente em desmascarar a farsa do Petróleo, que “certamente não existia no subsolo brasileiro”. Levaram Getúlio ao suicídio para salvar o projeto. Hoje os tais editoriais pregam cotidianamente contra Dilma…
Em meio à liberdade reinante, respirava-se conspirações civis e militares. Enfim estas venceram em 1964 – depois dos ensaios de 1954, outros dois durante o governo Juscelino, e quando da renúncia de Jânio Quadros. Foi a época das trevas: mais concentração de renda, desnacionalizações, menos direitos para o povo, liberdades em grau zero.
Essa gente não se conforma. É um consórcio oposicionista poderoso, envolvendo os poderes financeiros, midiáticos, de segmentos fundamentais do aparato do Estado nacional e suas instituições conservadoras. Arrastam consigo uma camada média-média e média alta, com profundos ressentimentos com respeito ao povo brasileiro. Chegam, não raro, ao desprezo nacional. Não se conforma com forças populares e de esquerda, centro-esquerda, governarem o país em outro rumo, o de conquistas econômicas, sociais e políticas protagonizadas com a participação do povo.
Outra Copa está em curso, um espírito festivo e de orgulho vai se insinuando na ampla maioria da sociedade brasileira. O Brasil pode até vencê-la. Mas já venceu ao organizá-la e mostrar ao mundo que sim, vai ter Copa, e será a copa das copas, na pátria máxima do futebol mundial.
Estúpidos e fracassados é que podiam promover aquela manifestação contra Dilma Rousseff na abertura do evento. Tiveram o troco na festa do povo e no respeito à Presidenta. Mas demonstraram, uma vez mais, o intento de inserir o ódio nas relações políticas e sociais do país. Os cães ladram… Mas terão o troco nas eleições.
Há 52 anos alcançamos o bicampeonato. Nesta Copa perseguimos o hexa. A copa 2014 bno Brasil não deixa nada a dever enquanto certame mundial organizado no país, é lúdica e merece ser comemorada. O Brasil avançou muito, faz jus a aspirar a um novo patamar civilizatório, mais uma vez. Ele é assim como é, com forças conservadoras poderosas, um Estado e regime político conservador, profundas desigualdades sociais e regionais ainda persistem. Mas há um caminho, e um projeto está em andamento. É assim que vai se afirmando.
O Brasil é bom como é sobretudo por seu povo. E o povo vai compreendendo, como já há três eleições presidenciais, que há gente de seu lado e há gente contra seus profundos interesses.
fonte: blog Projetos para o Brasi

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