domingo, 8 de maio de 2011

MULHERES CADEIRANTES NÃO TEEM ACESSO Á MAMOGRAFIA NO MARANHÃO

 Por Zezinho Casanova com
texto incidental do Onconguia

A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda que toda mulher após os 40 anos de idade faça o exame de mamografia para rastrear o câncer de mama. Porém, o que pode parecer uma simples iniciativa para a maioria das mulheres, para as cadeirantes pode se tornar uma verdadeira via crucis. Isto porque os aparelhos de mamografia existentes hoje impõem sérias dificuldades àquelas que possuem certos tipos de deficiências físicas.
É por essas dificuldades que vem passando à  seis meses a Tetraplégica Lúcia Correia,(46), mae de wladimir e Dandara, a  mesma detectou um nódulo no seio e desde de então vem enfrentando uma série de dificuldades para realizar tratamento, primeiro que morando em Bacabal - Ma cidade sem nenhuma politica publica continua de prevenção ao cançer de mama, Lúcia não teve acesso ao exames necessários, inicou uma série de viagens para São Luis ontem tem um dos dois hispitais especializados em cancer no Maranhão o Aldenora Belo. Sem transporte proprio a mesma está sendo obrigada a vigiar diversas vezes para capital pelo Programa TFD - Tratamento Fora do domicilio que em Bacabal oferece apenas as passagens do doente e seu acompanhante em um ônibua não adaptado para cadeirantes, o que não é novidade no Maranhão.
Segundo o médico radiologista Luciano Chala, do Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e do Grupo Fleury, é possível realizar com alguma dificuldade o exame de mamografia em mulheres paraplégicas, mas no caso de tetraplégicas como Elza e Lúcia Correia ( e tantas outras), o desafio é imenso. “Infelizmente, o desenho dos equipamentos de mamografia seguem um padrão e não existem equipamentos específicos para mulheres tetraplégicas”, afirma. Os ativistas do movimemnto pelos direitos das pessoas com deficiencia e mobilidade reduzida não querem equuipamentos especificos para mulheres tetraplégicas, mas aparelhos com Designer moderno que permitam que mulheres com e sem deficiencia tenham o mesmo acesso aos exames. Será que estão pedindo demais?

“O aparelho que realiza a mamografia tem a possibilidade de descer e pode chegar à altura da paciente cadeirante”, diz doutor Chala. “Porém, a realização do exame de mamografia exige a participação da mulher na hora de se posicionar. Ela tem que se projetar para frente, levantar o braço, algo que uma tetraplégica não consegue fazer”, completa.

A paciente paraplégica, que possui o movimento dos braços, tem a possibilidade de fazer a mamografia, embora com alguma dificuldade. Muitas vezes, mesmo mulheres com deficiências transitórias, como um braço quebrado por exemplo, não conseguem realizar o exame da forma correta.

No caso de Elza, um dos problemas é que o aparelho não consegue nem chegar até a altura de sua mama. “Já houve vezes em que fomos a uma clínica para tentar realizar o exame e nem chegamos à sala de mamografia, porque o local não possuía acesso a cadeirantes”, afirma sua mãe Marta. 
Isso também aconteceu com Lúcia no Maranhão que consegui com muita luta fazer sua mamografia no hspital Genésio Rego da Rede estadual de saúde, o  mamografo isntalado numa sala minuscula sem acessibilidade para circulaçao de cadeiras de rodas na sala, este era o unico aparelho moderno do estado do Maranhão segundo funcionários daquela casa de saúde em que Lúcia poderia realizar seu exame, os demais aparelhos eram de modelos velhos que não chegarvam até a altura da cadeira de rodas, com preço comparado ao de um apartamento, não há muito interesse do serviço publico da saúde no Maranhão em aparelhar as outras unidades.
Segundo doutor Chala, mulheres tetraplégicas têm muito mais dificuldades para se posicionar no mamógrafo, já que elas não conseguem adaptar seu corpo às exigências do aparelho. Ele relata nunca ter passado pela experiência de realizar o exame em casos como esse. “Mas eu tentaria fazer a mamografia, mesmo sabendo das chances de não obtermos sucesso. Talvez, com muita dificuldade, eu conseguisse radiografar parcialmente a mama”, afirma o radiologista.

Para a médica mastologista Fabiana Makdissi, a mamografia bem feita permite ao médico visualizar o peitoral da mulher. “As mulheres se queixam do exame de mamografia, mas o bom posicionamento da mama no aparelho, mesmo que isso implique algum desconforto, é determinante para que o exame seja bem realizado”, afirma.


Alternativas

Segundo o doutor Luciano Chala, outros exames de imagem alternativos podem ser adotados para o rastreamento do câncer de mama em mulheres tetraplégicas. É o caso da ultrassonografia e da ressonância magnética, ambas realizadas com a mulher deitada. Porém, esses métodos não são padrão de rastreamento, mas sim exames complementares para o diagnóstico, de modo que, na mulher sem deficiência, eles não devem substituir a mamografia.

Elza Parente já se submeteu à ultrassonografia de mamas, mas não pode fazer a ressonância magnética porque, para isso, teria que receber anestesia geral. “Minha filha é tetraplégica por causa de um problema neurológico, ela tem movimentos involuntários e não conseguiria ficar imóvel para realizar a ressonância”, explica sua mãe.
Esse problema não é só do Maranhão, mas do Brasil como um todo, a deputada Federal e cadeirante Mara Gabrilli informa que  "segundo o IBGE,no Brasil, cerca de 46% dos 27 milhões de pessoas com deficiência  são mulheres. A maioria delas  não tem acesso aos serviços de saúde comuns ao publico feminino, como um acompanhemento ginecológico e a realização de exames preventivos a doeças como cançer de mama. Tudo isso por conta da ausencia de postos de saúde acessíveis. Para se ter uma idéia, em todo o Estado de  São Paulo só há um hospital com mamagrafos adaptados. Isso por que estamos falando do estado mais rico do Brasil".  Agora imaginem como é a situação no Maranhão.


Importância do exame clínico para o diagnóstico

Independentemente das inúmeras dificuldades enfrentadas pelas mulheres tetraplégicas, é essencial frisar a importância de se submeter todos os anos à avaliação clínica de um médico ginecologista ou mastologista. Sempre que possível, é também importante que alguém de sua confiança faça o exame de toque de mamas ou seja capaz de reconhecer qualquer nova alteração que possa aparecer entre uma e outra avaliação médica. No caso de Elza, é sua mãe, Marta, que regularmente toma esses cuidados.

Para doutor Rafael Kaliks, oncologista e diretor médico do Instituto Oncoguia, um bom exame clínico anual atrelado à ultrassonografia, tem grandes possibilidades de identificar a maioria das lesões que, em algum momento, seriam diagnosticadas pela mamografia. “Aliando essas recomendações, pouquíssimas mulheres deixarão de ser curadas de um eventual câncer somente pela impossibilidade de fazer a mamografia” completa ele. 

Lúcia Correia,  Tetraplégica, atriz e escritora

Lúcia Correia e centanas de outras mulheres cadeirantes lutam no Maranhão para superar as dificuldades de terem acesso aos seus direitos  básicos, esperamos  que essa matéria seja reproduzida por outros sites(com os devidos créditos) e inicie um debate necessário para a garantia dos direitos de pessoas com deficiencia  e outras patologias.

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